Já noticiamos aqui no Portal TECNEWS como os relatórios de sustentabilidade podem resultar em dados mensuráveis, checando se as operações corporativas estão efetivamente aplicando-se ao conceito ESG. Contudo, isso não é uma tarefa fácil, pois demanda engajamento de pessoal, elaboração de critérios, auditorias internas e externas, números, custos e, principalmente, a noção real e palpável desses processos.
E isso é uma urgência: a divulgação desses relatórios pelas companhias abertas no Brasil será mandatória a partir do exercício de 2026, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), seguindo os padrões definidos pelo Conselho Internacional de Normas de Sustentabilidade (InternationalSustainability Standards Board – ISSB). Há ainda muitas dúvidas, entretanto:em abril, o CVM fez um levantamento com organizações de capital aberto, investidores, auditores e consultorias especializadas para avaliar a adoção dessas normas em seus reportes (adesão voluntária).
Segundo matéria divulgada pelo Valor, esse estudo detectou dificuldades no que se refere às emissões de Escopo 3 (geração em toda a cadeia produtiva, inclusive de fornecedores), endossando a importância de estudos e capacitações internas para engajamento de todos os atores.
Relatórios no setor de papel e celulose
Um bom exemplo vem da Bracell, especializada global na produção de celulose solúvel e especial, divulgou o seu relatório de 2024, apresentando o progresso das metas que compõem a Agenda Bracell 2030, estruturada em quatro pilares: Ação pelo Clima, Paisagens Sustentáveis e Biodiversidade, Promovendo Crescimento Sustentável e Empoderando Vidas.
Um dos destaques está na redução de 50% no consumo de gás natural nos fornos de cal da unidade de Lençóis Paulista, SP, entre 2023 e 2024 e, consequentemente, a redução do mesmo percentual de CO2e emitidos, bem como a ampliação da frota de caminhões elétricos, investimentos em painéis solares e comercialização de 2,7 milhões de GJ (gigajoule) de energia limpa a partir da biomassa de eucalipto, fortalecendo a meta de redução de 75% das emissões de carbono por tonelada de produto até 2030.
“Para nós, a sustentabilidade é indissociável do nosso negócio e a base sobre a qual crescemos e geramos valor de forma integrada. A proteção do meio ambiente e a contribuição social, aliadas à entrega de resultados consistentes, fazem parte da nossa forma de operar”, diz Fabiane Carrijo de Rosis, gerente de sustentabilidade da Bracell.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto:Freepik
