Saneamento

Economia circular é a chave para a sustentabilidade hídrica

Economia circular é a chave para a sustentabilidade hídrica - Fitec Tec News

Um estudo da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) mostra que o consumo de água no Brasil deve crescer 24% até 2030, superando 2,5 milhões de litros por segundo, cuja média atual está na casa dos 2 milhões. Seus principais usos estão concentrados no abastecimento humano e animal, indústria de transformação, mineração, termoeletricidade, irrigação e evaporação líquida de reservatórios artificiais. Tal cenário mostra que a economia circular veio para ficar.

O cenário, mesmo desafiador, já vislumbra avanços: um deles foi lançamento recente do Caderno Temático “Economia Circular no Saneamento”, pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), do Ministério das Cidades. O documento reúne casos das operadoras como Sabesp, Cagece, BRK e Iguá Saneamento, que reaproveitam de lodo e a geração de biogás e biometano, além de ações de redução de perdas, uso eficiente dos recursos e a apresentação do framework WICER, criado pelo Banco Mundial, que propõe indicadores específicos para medir e orientar a circularidade no setor.

 

Economia circular

A economia circular está cada vez mais destaque. “Esses avanços regulatórios e metodológicos estão criando um ambiente propício para que empreendimentos em saneamento encontrem novas fontes de receita, reduzam custos e se tornem mais resilientes”, avalia Flávia Pedrotti, sócia consultora da Vizca Engenharia e Consultoria e mestra em gestão e regulação de recursos hídricos.

“Estamos observando o uso cada vez mais estratégico de resíduos para geração de biogás e biometano, o reúso da água em processos industriais e agrícolas e a busca por maior eficiência em todo o sistema, com benefícios ambientais e econômicos relevantes”, arremata a gestora.

Redefinição

Para André Ricardo Telles, CEO da Ecosan, empresa de soluções sustentáveis ao tratamento de água e recuperação de efluentes, um dos grandes impulsionadores para redefinir o saneamento perpassa o Marco Legal do Saneamento, despontando oportunidades de curto, médio e longo prazo para acelerar o desenvolvimento sustentável nesse setor. “Os benefícios da economia circular no saneamento vão além da preservação ambiental, pois fomenta o desenvolvimento da economia local, com a criação de empregos verdes, no estímulo à inovação tecnológica e reduz custos para municípios e empresas”, frisa o gestor.

Ele salienta que é preciso o investimento em parcerias e regulamentação para celeridade desse processo: “No entanto, para que essa transformação aconteça em rápida e maior escala, é indispensável fortalecer as parcerias público-privadas, investir em tecnologias disruptivas e implementar políticas públicas que incentivem a adoção de práticas sustentáveis no setor de saneamento”, comenta, ao Fator Brasil.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: Freepik

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