O Brasil se consolida como o maior mercado de facilities da América Latina, movimentando impressionantes R$ 60 bilhões anualmente, de acordo com um estudo recente da Associação Brasileira de Property, Workplace & Facility Management (ABRAFAC). Esse cenário de crescimento exponencial tem ampliado o interesse pela gestão de manutenção em facilities, com foco na eficiência, segurança e sustentabilidade dos ambientes.
A complexidade das operações prediais e a crescente demanda por infraestruturas modernas e eficientes impulsionam o debate sobre a manutenção inteligente, alinhada às práticas ESG (Ambiental, Social e Governança). Ana Beatriz Mariano, Account Executive da startup Fracttal Brasil, destaca a distinção fundamental entre a manutenção industrial e a de facilities.
“Enquanto a manutenção industrial historicamente foca na produtividade e no controle de ativos críticos de fabricação, a gestão de facilities concentra-se em sistemas que garantem o conforto, a segurança e a eficiência para os usuários dos edifícios”, explica Ana Beatriz. Isso inclui desde sistemas de refrigeração e iluminação até elevadores e redes hidráulicas e elétricas, com o objetivo primordial de assegurar a continuidade dos serviços essenciais.
Ativos prediais: a complexidade da manutenção de facilities
Na gestão de facilities, a gama de ativos é vasta e diversificada, abrangendo toda a infraestrutura predial. “Estamos falando de sistemas elétricos, hidráulicos, de esgoto e drenagem; dispositivos de segurança como alarmes e sprinklers; recursos de conforto e tecnologia como climatização e automação, além de elementos estruturais e arquitetônicos das edificações”, detalha a executiva.
A adoção de uma gestão de facilities inteligente permite às empresas um controle operacional mais apurado, a redução de falhas inesperadas, aprimorando significativamente a experiência dos usuários e otimizando o uso de recursos. “É sobre garantir que tudo funcione perfeitamente, com o mínimo de interrupções e o máximo de eficiência”, reforça Ana Beatriz.
Eficiência e ESG
A busca por eficiência máxima e conformidade regulatória tem sido catalisada pela adoção de ferramentas digitais. Softwares de gestão, impulsionados por tecnologias como Inteligência Artificial (IA), CMMS (Computerized Maintenance Management System), sensores IoT (Internet das Coisas) e soluções móveis, são essenciais para padronizar processos, garantir rastreabilidade e possibilitar a manutenção preditiva.
“Essas plataformas permitem um planejamento preventivo robusto, o controle de SLAs (Service Level Agreements), a gestão de ordens de serviço e de inventário, entre outros recursos essenciais. Na prática, isso se traduz em maior confiabilidade operacional e uma significativa redução de custos de manutenção”, afirma Ana Beatriz.
A integração entre manutenção e soluções digitais contribui diretamente para os pilares do ESG. No aspecto Ambiental, a tecnologia auxilia na redução do consumo de recursos, minimiza a geração de resíduos e prolonga a vida útil dos ativos. “As versões mobile dos softwares de gestão, por exemplo, promovem o conceito de papel zero, eliminando a necessidade de impressões e reduzindo o impacto ambiental”, ressalta Ana Beatriz.
No pilar Social, a tecnologia promove ambientes mais seguros, acessíveis e saudáveis para todos que frequentam as instalações. Já em Governança, ela assegura a transparência dos processos, um controle rigoroso de riscos operacionais e a conformidade com normas e auditorias.
Caminho para a Manutenção Integrada
Apesar dos benefícios, a implementação de uma gestão de facilities inteligente apresenta desafios. “A falta de dados históricos, a resistência à mudança, a ausência de processos padronizados e os baixos níveis de digitalização são barreiras comuns. Superá-las exige visão estratégica, apoio da liderança e a adoção de soluções intuitivas e escaláveis”, pondera Ana Beatriz.
Contudo, o investimento em uma manutenção integrada a softwares de gestão fortalece as operações e a estrutura das organizações. Além de otimizar o orçamento com a previsão de investimentos baseada em dados reais, esse modelo contribui para a continuidade das operações, a segurança das pessoas, a valorização do patrimônio, a reputação institucional e a percepção de relevância da marca.
“Ter dados centralizados e acessíveis na nuvem, com sistemas de gestão que facilitam o monitoramento contínuo e emitem alertas inteligentes, apoia decisões baseadas em informações confiáveis. A ausência dessa abordagem, por outro lado, resulta em uma manutenção reativa, mais onerosa e vulnerável a falhas, comprometendo a operação e a segurança”, conclui Ana Beatriz Mariano.
Foto: Fracttal Brasil/Divulgação