Mudanças Climáticas

NDCs: COP30 aponta questões e soluções sobre metas climáticas globais

NDCs COP30 aponta questões e soluções sobre metas climáticas globais - Fitec Tec News

Com a chegada mais próxima da COP30, prevista a ocorrer em novembro em Belém, PA, descortina uma série de ações ambientais mais céleres. Na outra ponta, também desponta dúvidas em relação às metas climáticas entre os países, que, por muitas vezes, realizam suas auditorias baseadas em critérios diversos. As NDCs estão no radar dessas questões.

Um exemplo são as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), situadas no Acordo de Paris, em que os signatários concordaram em apresentar metas a cada cinco anos, e na COP30 ocorrerá em um desses ciclos. Contudo, no prazo acordado para apresentação de resultados, fevereiro de 2025, 13 dos 195 signatários do Acordo de Paris apresentaram novas NDCs, ou seja, 93% não levaram nenhuma atualização, segundo o Observatório do Clima.

 

Complexidades das NDCs

 

Para Lauro Marins, Head de Soluções Digitais e Consultoria da WayCarbon, especializada em soluções para descarbonização, o tom da COP de Belém deverá ser o de menos promessas e mais ações em temas como financiamento para a ação climática e medidas de adaptação.

“O processo de definição de uma NDC não é simples. Envolve a participação de diversos atores, esforços multisetoriais e aprovação de órgãos de controle nacionais. No Brasil, que apresentou a NDC no prazo (novembro 2024), o compromisso precisou ser votado no Congresso. A meta de redução de emissões líquidas do país está entre 59% e 67% até 2035, em comparação aos níveis de 2005, ou entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente em termos absolutos”, destaca o executivo na WayCarbon.

 

Adaptação

 

Segundo especialistas, adaptação a esse contexto das NDCs, por exemplo, envolve não somente aumentar recursos financeiros, mas desenvolver projetos, novas tecnologias e formar profissionais capacitados a enxergar os territórios com uma lente climática. Nesse contexto, as Soluções Baseadas na Natureza (SBN) são apontadas como alternativas eficazes e sustentáveis.

“Restauração da vegetação em áreas degradadas, corredores ecológicos para a biodiversidade e a proteção de florestas, manguezais e recifes de corais trazem enormes benefícios para a vida no planeta. Devemos usar a própria natureza e os ecossistemas naturais para nos ajudar a reencontrar a sustentabilidade”, salienta André Ferretti, gerente de economia da biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN).

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto:Cássio Matos / Ag.Pará