Celulares mais potentes, computadores com recursos expressivos, Data Centers cada vez mais evidentes e demandados. Se por um lado os avanços tecnológicos são um caminho sem volta, os desafios em mantê-los sustentáveis são a “bola da vez” quando o assunto é os impactos ambientais que podem proporcionar.
Eis que surge o chamado TI Verde, conjunto de práticas e estratégias que visam reduzir esses impactos na Tecnologia da Informação, considerando o ciclo de vida de produtos e serviços de TI. Para se ter uma ideia, estudos apontam que a emissão de carbono associada às atividades digitais represente em torno de 4% das emissões totais no planeta e esse percentual deve crescer 6% ao ano até 2025.
“Nem sempre pensamos no consumo e impacto ambiental da cloud computing, especialmente por não estar no nosso campo de visão. Entretanto, manter servidores e dados na nuvem exige Data Centers e muito esforço tecnológico e entender esse cenário auxilia a pensar em maneiras de corrigir os problemas e avançar em direção a uma evolução digital sustentável”, frisa conteúdo da Ascenty, empresa em infraestrutura de Data Centers da América Latina, com 34 unidades em operação e/ou em construção no Brasil, Chile, México e Colômbia.
Bom exemplo de TI Verde
O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) divulgou recentemente seu balanço de ações sustentáveis em suas operações. Segundo a autarquia, entre os anos de 2019 e 2022, houve uma queda de 37% nas emissões totais e até 2023, as emissões de escopo 2 (relacionadas ao consumo de energia elétrica)foram reduzidas em 53,7%, impulsionada pelo aumento da geração de energia hidrelétrica em 2022.
O Serpro opera ainda com quatro usinas fotovoltaicas, que geraram 583.346 kWh em 2023, proporcionando uma economia de cerca de R$ 542 mil.“Em 2024, passamos a integrar o Programa Brasileiro GHG Protocol (PBGHG), reforçando seu compromisso com a gestão ambiental e o cumprimento das metas climáticas assumidas pelo Brasil. Nesse mesmo ano, conquistamos o ‘Selo Prata’ do programa e já estamos trabalhando para alcançar o ‘Selo Ouro’ em 2025”, ressalta Valéria Lemos Silva, coordenadora do Projeto Estratégico Ser ESG na empresa, que implanta o uso de fontes renováveis nos data centers, a adoção da TI Verde e a aplicação de práticas de economia circular.
O Serpro estima ampliar o uso de fontes renováveis com a migração para o mercado livre de energia até 2026.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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