Quando pensamos no conceito ESG, logo lembramos das duas primeiras letras, ou seja, o Ambiental (Environmental, do inglês) e Social, e por muitas vezes esquecemos da Governança (Governance), elo delicado, já que lida principalmente da mudança de ideias e estratégias, mecanismos e processos, em prol de operações mais ambientalmente amigáveis e resilientes, sem deixar de lado um bem importante: as pessoas.
Contudo, esse cenário desafiador abre as portas para oportunidades, especialmente em áreas complexas como indústrias, englobando refinarias, siderúrgicas, fábricas petroquímicas e mineração.Segundo estudos da consultoria McKinsey, empresas que investem em melhorias no bem-estar dos funcionários registram um aumento de produtividade de até 25%, além de reduzirem a taxa de rotatividade e afastamentos médicos.
Para Tulio Cerviño, CEO da Trackfy Sistemas, especializada nesse ramo industrial, em operações de alto risco é de extrema importância a gestão eficiente da alocação de mão de obra, bem como o cumprimento das normas de segurança e o monitoramento contínuo de riscos. A implementação de governança eficaz não só promove a integridade operacional, como também minimiza acidentes e garante a continuidade das atividades.
Ele aponta que a tecnologia é uma grande aliada, como o uso de dispositivos de rastreamento e sensores de Internet das Coisas (IoT). “Com o uso de Inteligência Artificial (IA) e análise de dados em tempo real, a plataforma permite que gestores tenham total visibilidade sobre onde cada equipe está alocada, quais tarefas estão sendo executadas e se há desvios operacionais que impactam a produtividade”, frisa.
Governança 4.0
A chamada Governança 4.0, ou seja, a integração da IA, automação e práticas ESG está sendo crucial para transformar a forma como as empresas operam e se posicionam no mercado.
Tendências como automação avançada, análise preditiva e sistemas integrados estão no radar, comenta Paulo Secco, CEO da Mignow, empresa de automação em migração SAP com IA. “A governança tornou-se uma ferramenta dinâmica, capaz de responder rapidamente às mudanças do mercado e alinhar-se às expectativas internas e externas”, destaca.
Para os especialistas, a transição para a Governança 4.0 exige superar desafios como custos iniciais, resistência cultural e adequação regulatória. Com planejamento estratégico e capacitação de equipes, essas barreiras podem ser contornadas, pois quem adota essa abordagem cria valor sustentável.
“Ao promover práticas sustentáveis e comunicar resultados de forma clara e transparente, as empresas constroem relações de longo prazo e uma reputação sólida no mercado”, conclui Ana Flávia Parra, Head of Governance na Mignow.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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