Uma pesquisa do Instituto Trata Brasil, EX em parceria com a Ante Consultoria, descortina uma realidade triste no Brasil: a falta de acesso ao saneamento básico resultou em 344 mil internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) em 2024. O acesso universal a água e esgoto, apregoado pelo Novo Marco do Saneamento, perpassa na qualidade das estações de tratamento, trazendo eficiência no manejo de resíduos, e contribuindo para a redução da emissão de gases de efeito estufa e promovendo a reutilização possível dos recursos hídricos para outras demandas, como a lavagem e irrigação.
“A eficiência no tratamento da água e do esgoto não apenas melhora a qualidade de vida da população, mas também reduz a poluição dos mananciais e o desperdício, fatores críticos no cenário das mudanças climáticas”, explica Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua, empresa de sistemas de tratamento de água e esgoto.
Para a profissional,a implementação de sistemas mais eficientes para otimizar o uso de energia e reduzir perdas no tratamento da água, a possibilidade de reuso da água para atividades residenciais, comerciais, industriais e agrícolas, além de outros meios como a valorização do biogás e a gestão inteligente, ou seja, o monitoramento em tempo real da qualidade da água e do funcionamento das estações, são essenciais. “Investir em saneamento é uma das formas mais eficazes de aumentar a resiliência climática das cidades. A crise hídrica e as enchentes são problemas agravados por essa questão. Com um sistema eficiente de saneamento, conseguimos minimizar impactos e garantir a segurança hídrica para as futuras gerações”, destaca.
Estações de tratamento de Água cinza
Um bom exemplo vem da Bahia: o Monvert, empreendimento da Construtora OR em Salvador, apresenta uma estação de tratamento das chamadas águas cinzas, proveniente de lavatórios, chuveiro e ralos dos sanitários. O efluente é captado por meio de um sistema de tubulações exclusivas e dirigido a um reservatório de acumulação, sendo bombeado para um sistema de tratamentos químicos, decantação e filtragem, para posterior reuso.
“Existem diversos tipos de estações e a escolha do sistema ideal depende de fatores como o custo benefício e o regramento da cidade ou estado, para atender a legislação. As mais instaladas no estado são mistas ou de lodo ativado. Ambas removem uma grande quantidade de matéria orgânica, chegando até a 95% de eficiência”, afirma Djalma Costa, engenheiro responsável pela Hidrotech Engenharia, especializada em instalações condominiais, ao site A Tarde.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: divulgação Neo Acqua
