Sustentabilidade

Emissões de escopo 3: novo desafio na rota da sustentabilidade de Data Centers

Emissões de escopo 3 novo desafio na rota da sustentabilidade de Data Centers - Fitec Tec News

Ao mensurar as emissões de gases de efeito estufa, as empresas precisam ter em mente os escopos em seus relatórios de sustentabilidade, sendo computadas as diretas de fontes controladas dentro da organização (Escopo 1), as indiretas (Escopo 2) e as da cadeia de valor (Escopo 3), englobando, por exemplo, os materiais de construção e equipamentos adquiridos que oferecem a maior oportunidade de diminuição de carbono. Nessa jornada, as administradoras de Data Centers têm as de Escopo 3 como uma nova fronteira em sua rota de sustentabilidade.

Para Luis Gabriel Cuevas Eslava, diretor de Secure Power e Negócios de Data Centers da Schneider Electric no Brasil, muito embora alguns fornecedores já produzam Declarações Ambientais de Produto (EPDs) com conteúdo detalhado sobre o impacto ambiental, a adesão ainda é limitada, o que dificulta a priorização de materiais de baixo carbono no design e na aquisição: “Os EPDs são documentos padronizados que fornecem insumos sobre efeitos ambientais dos produtos, abrangendo as emissões de Escopo 3 (carbono incorporado). Com eles, proprietários e operadores de Data Centers podem estimar melhor a pegada de carbono total de suas infraestruturas, já que, atualmente, têm mais visibilidade aos escopos 1 e 2”, diz.

 

Padronização para alcançar o escopo 3

 

“Essa padronização é importante para facilitar comparações e avaliações consistentes   A Avaliação do Ciclo de Vida (Life Cycle Assessment – LCA) é parte crucial dos EPDs, já que observa os desafios ambientais de um produto desde a extração de matérias-primas até o descarte ou a reciclagem, permitindo escolhas alinhadas aos objetivos de sustentabilidade, incentivando fornecedores a inovar por meio da concorrência”, arremata o especialista.

Essa conscientização não é mera propaganda: com a expansão da Inteligência Artificial e o uso de sistemas digitais de transações financeiras, o que inclui as criptomoedas, cada vez mais se tem a necessidade de Data Centers para tais funções. Para que tais espaços sejam cada vez mais ambientalmente responsáveis, inovações estão sendo desenvolvidas. Adoção de fontes renováveis de energia, distribuição mais eficiente de tarefas computacionais são algumas das alternativas para mitigar impactos. Estimativas apontam que a energia consumida por centros de dados de computação em nuvem, por exemplo, pode chegar a 1% da demanda global.

“Um dos caminhos para elevar a eficiência energética implantar sua própria infraestrutura de energia renovável, com a instalação de painéis solares ou turbinas eólicas”, comenta cientista da computação Daniel Cordeiro, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), à revista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

 

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: Freepik

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