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Estudos apontam que mulheres são ainda mais prejudicas pela carência de acesso à água e saneamento

Estudos apontam que mulheres são ainda mais prejudicas pela carência de acesso à água e saneamento - Fitec Tec News

Água, substantivo feminino. Podemos afirmar nessa frase sua importância a todas as pessoas, especialmente às mulheres, muitas delas chefes de família e que necessitam desse bem cada vez mais escasso e finito para o sustento próprio e de seus filhos. E isso pode ser mensurado: segundo o estudo “O Saneamento e a Vida da Mulher Brasileira”, produzido pela BRK Ambiental, empresa privada de saneamento, e conduzido pela Ex Ante Consultoria Econômica, no Brasil, o número de mulheres que residem em casas sem coleta de esgoto saltou de 26,9 milhões para 41,4 milhões em três anos (2019 a 2022), ou seja, crescimento anual de 15,5%.

“Nesse mesmo período, a população feminina prejudicada pela falta de água tratada passou de 15,2 milhões para 15,8 milhões, com a ausência do serviço regular afetando 24,7 milhões. Já o índice de mulheres sem banheiro em casa cresceu 56,3% no acumulado do período, passando de 1,6 milhão para 2,5 milhões”, informa o documento, cuja íntegra está disponível neste link.

Avanços e desafios

 

Mesmo com esse cenário, a implementação do Marco Legal do Saneamento, em 2020, aos poucos trouxe avanços importantes, especialmente às mulheres: a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que entre 2019 e 2023, 3,5 milhões de mulheres residiam em domicílios com abastecimento de água potável, crescimento de 3,8% no período.

Os desafios para universalização, entretanto, ainda são imensos: em 2023, 15 milhões de mulheres moravam em locais sem acesso à água encanada, com destaque para Região Norte, onde 60,8% das mulheres têm acesso à rede de abastecimento. “Historicamente, a falta de saneamento impacta de forma desproporcional a população feminina, afetando o ambiente doméstico, a inclusão econômica e a participação social. Os avanços trazem mais dignidade e bem-estar, pois sem água tratada e redes de esgoto, elas enfrentam maior vulnerabilidade”, destaca Christianne Dias, diretora-executiva da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON SINDCON), ao ABC do ABC.

 

Mulheres no saneamento

 

Elas também estão presentes nas concessionárias e nas tomadas de decisão sobre esse tema. Na concessionária Águas Cuiabá, trabalham 142 mulheres na empresa, das quais 17 ocupam cargos de liderança. Julie Campbell, que é diretora operacional com 17 anos de carreira no setor, comenta que a trajetória das mulheres no saneamento brasileiro é parte de uma história recente e que, aos poucos, tem se consolidado como essencial ao setor, ainda predominantemente masculino.

“Na Águas Cuiabá, temos orgulho de nossa atuação. Atingimos 91% de cobertura sanitária e 100% dos bairros regularizados de Cuiabá com acesso a água tratada. Quando vejo os resultados do trabalho, o impacto no bem-estar e na dignidade das famílias, consolido a certeza de que todo o esforço vale a pena”, conclui.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: Freepik

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