Legado. Quando pensamos nisso, já temos em mente as ações que queremos deixar para o futuro e ao refletirmos sobre o cenário global de hoje, leia-se emergência climática, nunca essa palavra fez tanto sentido. Eis que surge a necessidade de ações sustentáveis para que sejam replicadas por crianças e jovens.
Contudo, a situação não é a das melhores: segundo levantamento “Juventudes, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas” das redes Em Movimento e Conhecimento Social (feita em 2022, com mais de 5 mil jovens entre 15 a 29 anos, disponível neste link), somente 30% dos jovens brasileiros discutem frequentemente questões ambientais e 36% não souberam identificar o bioma em que vivem. Para piorar, 50% deles acreditam que pessoas da cidade onde moram se importam pouco ou nada sobre o tema.
Paulo Chagas Dalcheco, mestre em Linguagem e Educação e orientador educacional nos Anos Finais do Ensino Fundamental da Escola Lourenço Castanho, o tema demanda a implementação de políticas públicas eficazes, o que inclui a participação das escolas, defendendo uma abordagem pedagógica: “Assim como aprendem a ler, escrever e fazer contas, os alunos deveriam aprender a gerir recursos, evitar desperdícios e reaproveitar materiais. A escola deve dar os primeiros passos, mas o engajamento só é possível com a adesão da comunidade escolar e da sociedade”, afirma.
Criação do legado
Planejamento é uma das maneiras para esse despertar de sustentabilidade aos jovens, e tomadas de atitude são essenciais para construir um legado. “Quando se trata de sustentabilidade, não se mede a aprendizagem aplicando uma prova, mas observando as ações diárias de alunos e demais pessoas da comunidade escolar, qual seu comportamento em relação aos ambientes que frequenta, se as atitudes demonstram responsabilidade para com o meio ambiente”, explica Dalcheco.
No Ceará, o Programa Agente Jovem Ambiental (AJA) é uma política de Estado, executada pela Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), que oferece oportunidade de atuação em projetos socioambientais para cerca de 10 mil jovens em todos os 184 municípios cearenses.Entre as atividades está a capacitação justamente de jovens (15 a 29 anos) em ações educativas e de conscientização no território, além da instalação de pontos de entrega voluntária.
“A soma de esforços na iniciativa de cuidar bem do município e da educação ambiental vem se aliando para além de uma parceria, tornando-se uma força transformadora rumo a uma cidade sustentável”, comenta Lucas Lutiane, coordenador regional do programa.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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