A agricultura é um dos polos que mais desdobra quando o assunto é o uso de água. De “mocinho a vilão”, o setor é um dos que mais utilizam esse bem finito para produzir e também alimentar a população, que cada vez mais sofre as intempéries da crise climática. As tecnologias, como sistemas de irrigação, estão ajudando o setor a superar os desafios.
No Brasil, um artigo divulgado pela revista Veja revela que o custo estimado para instalação de um pivô central é entre R$ 20 mil a R$ 35 mil por hectare. Após instalado, ainda se faz necessário o uso de eletricidade, cujo valor de até R$ 1.500,00/ha no caso da cultura do milho irrigado, ou seja, um acréscimo entre 8 e 10% do custo de produção.
Para Marcos Fava Neves, professor e fundador da Harven Agribusiness School, em Ribeirão Preto, SP, autor desse artigo à revista, sanar o problema está em buscar soluções que convergem ao uso racional e responsável, que vão desde o manejo do plantio, a biotecnologia e a tecnologia para aplicabilidade desses equipamentos e dos recursos hídricos disponíveis.
“Sensores terrestres que monitoram a umidade do solo fornecem dados em tempo real sobre a disponibilidade de água em pequenas áreas, permitindo irrigações somente quando necessário. Drones e imagens de satélite podem, ainda, identificar com precisão as variações de umidade em diferentes setores”, escreve o professor.
Novas práticas com irrigação
Um exemplo é da Rivulis, especializada em microirrigação, que conta em seu portifólio com soluções que combinam diversos sistemas adequados a cada tipo de cultura. Um deles é a automação, como o controle que permita aos produtores o monitoramento usando aplicativos móveis e plataformas baseadas em nuvem. “A automação permite que os agricultores façam ajustes em tempo real e otimizem seus cronogramas de irrigação com facilidade. O controle remoto das soluções de irrigação possibilita que os agricultores gerenciem suas operações com mais eficiência”, diz Eran Ossmy, presidente da Divisão de Micro Irrigação da empresa.
Outra inovação está nas práticas agrícolas regenerativas, que se concentram em melhorar a saúde do solo e aumentar a retenção de água, como a rotação de culturas, uso de composto orgânico e preparo reduzido. “A incorporação dessas técnicas regenerativas nos sistemas de irrigação significa que os agricultores podem aumentar a eficiência hídrica, a fertilidade do solo e construir operações mais resilientes. E, em longo prazo, ajudam na sustentabilidade e a retenção de água no solo, essencial para lidar com padrões variáveis de chuva”, finaliza Ossmy.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Divulgação Rivulis
