Em seu primeiro dia de mandato, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, cortou relações com tratados internacionais, dentre eles o Acordo de Paris, o qual cerca de 200 países se comprometeram a trabalhar juntos para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
EUA e o Acordo de Paris
As justificativas apresentadas por Trump são de que o Acordo beneficia outros países em detrimento dos EUA, cuja saída está prevista a se oficializar em 2026. Cristina Wadner, do escritório Cristina Wadner Advogados Associados, frisa que é extremamente danosa para a transição energética global esse cenário, uma vez que poderá estimular a saída de outros países, além da perda dos recursos financeiros.
“Os Estados Unidos estão indo na contramão do mundo, pois os países estão investindo cada vez mais em questões como a transição energética e descarbonização de combustíveis, que são medidas importantes para reduzir os efeitos das mudanças climáticas que, no momento, já estão acontecendo”, endossa a especialista em Direito Internacional, esclarecendo que as nações desenvolvidas têm um papel de liderança justamente porque podem fazer mais do que os países em desenvolvimento nesse tema.
Desdobramentos na COP30
Com esse retrocesso, a saída dos EUA do acordo, segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, será também um dos assuntos pertinentes durante a COP30, prevista para novembro no Brasil. Para Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (PROAM), é crucial a importância dos países se enxergarem como responsáveis de emissões de gases de efeito estufa.
“Se os EUA estão fazendo isso, o que pode acontecer é que estimule outros países a também não eliminar o petróleo das suas agendas. Quer dizer, essa corrida é completamente absurda porque a queima de petróleo, a queima de gás, é o elemento principal que contribui para o aquecimento global”, alerta o especialista, ao site Movimento Econômico.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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