Sabemos que a mineração, do mesmo modo que impulsiona muitos segmentos da economia, também precisa de adequar profundamente para não causar impactos ambientais severos. E dentre as estratégias em ESG que podem ser resolutivas é a promoção de parcerias.
Um exemplo vem de Minas Gerais, em que a Vale fechou recentemente um acordo com o Governo estadual, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) e do Instituto Estadual de Florestas (IEF),para investir R$ 42 milhões até 2030 em um Programa de Regularização Ambiental (PRA) Produzir Sustentável na Área de Preservação Ambiental (APA) Cachoeira das Andorinhas, em Ouro Preto.
Regularização ambiental da mineração
Segundo a mineradora, o Programa de Regularização Ambiental é composto por um conjunto de ações para que proprietários ou possuidores rurais regularizem passivos ambientais em Áreas de Preservação Permanente (APPs), Reservas Legais (RL) e Áreas de Uso Restrito (AUR). Os benefícios incluem prazos diferenciados para a recuperação das áreas, acesso a linhas de crédito para as propriedades, entre outros.
A iniciativa pretende integrar ações de preservação ambiental com o fortalecimento das atividades produtivas da região, que abrange uma área de 18.700 hectares entre Ouro Preto e o distrito de São Bartolomeu, cujo território está a nascente do Rio das Velhas, a Floresta Estadual do Uaimií e o Parque Natural Municipal das Andorinhas.
“Acreditamos que a cooperação entre os setores público e privado é fundamental para o ganho de escala na implementação de soluções que geram impactos positivos para o meio ambiente e para a sociedade. Com o pagamento por serviços ambientais reforçamos o nosso compromisso com a construção coletiva de políticas estratégicas, e com o desenvolvimento sustentável dos territórios onde atuamos”, afirma Patrícia Daros, diretora de Soluções Baseadas na Natureza da Vale.
Sustentabilidade possível
A mineração enfrenta grandes desafios ambientais, o que engloba desde as emissões de gases de efeito estufa até a gestão de resíduos, como rejeitos e material estéril, este o mais complexo e crítico desse setor.
Na avaliação deJulio Nery, diretor de sustentabilidade e assuntos regulatórios do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), ao UOL Ecoa, as mineradoras precisam ser resilientes quanto a sua atividade, o que engloba a crise climática proeminente até como lidar com as consequências de todos os processos de mineração e seus impactos.
“O setor tem sido mais do que conservador nas previsões climáticas para possibilitar maior segurança e reduzir riscos à vida e à saúde dos trabalhadores e às estruturas. Porém, a mineração pode sofrer impactos envolvendo o bloqueio de vias, interrompendo a oferta de insumos e causando danos a infraestrutura de plantas, por exemplo”, aponta.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Ricardo Teles
