Da pequena iniciativa, como a coleta de tampinhas plásticas que são convertidas em outros itens, até grandes estratégias corporativas, como o replantio de árvores ou mesmo investimentos em agricultura familiar, as ações ESG aplicadas têm um plus, que é difusão cada vez mais expressa por meio da internet e outros meios de comunicação.
Ou seja, o acesso ao entendimento dessas atividades em uma empresa do outro lado do globo, pode ser acessado por uma cooperativa de uma região no Brasil e vice-versa. “Como tema transversal nas corporações, à medida que gera conectividade entre as equipes profissionais e interrelação nas metas, o ESG tem ampliado negócios e oportunidades, desde portfólios, produtos sustentáveis, novos mercados de atuação e interessado cada vez mais às empresas nacionais”, observa Aline Oliveira, diretora da IntelliGente Consult, consultoria e mentoria especializada em projetos empresariais.
Para auxiliar tal dimensionamento, a Associação Brasileira de Normas Técnicas lançou a ABNT PR 2030, para as organizações brasileiras se adequarem ao propósito ESG. “Há também uma nova ISO, a IWA 48:2024, que trata especificamente do tema. Entre outros pontos, a ISO considera índices que garantam a participação feminina na alta administração e funcionários representativos de diversos grupos sociais”, explica Fernanda Toledo, CEO da IntelliGente Consult.
Pequenas empresas
De acordo com as especialistas da consultoria, as organizações maiores e mais estruturadas têm uma curva de dois a três anos para que as estratégias ESG comecem a se reverter em lucro e benefícios. E os pequenos negócios? “Em geral, as PMEs não têm fluxo de caixa para investir em algo que dará retorno no médio prazo”, observa Aline Oliveira.
Mesmo com esse cenário, esses empreendimentos podem se beneficiar diante da relevância ESG, integrando, gradualmente, as iniciativas como estratégia competitiva, sem deixar de lado as adequações em seus escopos. Firmar parcerias, buscar incentivos governamentais e privados, aplicar ações dentro de seus territórios, são alguns exemplos. “Há quem já faça gestão de resíduo e eficiência energética, com reaproveitamento de materiais, e utilização de economia verde. Mas o ideal é que intensifiquem suas iniciativas para que possam se estruturar daqui para frente”, reforça Fernanda Toledo.
Pallets e economia circular
Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela que o compartilhamento de pallets é vantajoso a distribuidores e varejistas, em especial os de setores de bebidas, mercearia e limpeza. Além de gerar uma economia de até 38% nos custos operacionais, essa prática contribui diretamente para a redução do desperdício e a mitigação de impactos ambientais.
Paula Rocha, gerente de Retail Solutions da CHEP Brasil, empresa global de logística sustentável e soluções para transformar a cadeia de abastecimento, ressalta que a adoção desse sistema faz toda a diferença tanto para o planeta quanto para as empresas que o implementam.“Ao reduzir a necessidade de produção de novos pallets, contribuímos diretamente para a preservação de recursos naturais e a diminuição das emissões de carbono. Para as empresas, isso significa não apenas uma economia significativa, mas também um posicionamento mais sustentável e competitivo no mercado”, afirma.
O sistema de compartilhamento permite a reutilização de pallets entre empresas, se destacando pelo retorno financeiro e pelos seus benefícios ambientais. Diferentemente dos descartáveis, que geram resíduos e consomem recursos naturais, essa abordagem promove economia circular, uma economia de quase 40% nos custos, destaca o estudo da FGV.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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