Sabemos dos desafios e perigos que a manipulação incorreta e o descarte de produtos químicos podem causar à saúde de pessoas e do planeta. Segundo a ONU, somente o ar poluído é responsável por 6,7 milhões de mortes em todo o mundo a cada ano, enquanto estimativas sugerem que, apenas em 2019, 5,5 milhões de pessoas morreram de doenças cardíacas ligadas à exposição ao chumbo.
O enfrentamento para tal problema requer a implantação de políticas públicas mais efetivas. Para tanto, recentemente foi publicada no Diário Oficial da União (DOI) a lei que cria o Inventário Nacional de Substâncias Químicas, o novo marco regulatório com foco na avaliação e controle do risco dos insumos em circulação no país.
Inventário das substâncias químicas
A lei prevê medidas que percorrem todo o caminho da gestão segura das substâncias químicas, avaliando e priorizando os insumos de maior preocupação. A partir disso, há a deliberação das providências de gestão de riscos para esses itens.
Para André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), os desafios que o marco regulatório superou desde 2014, ano em que foi apresentado à Comissão Nacional de Segurança Química (CONASQ) o projeto inicial, tornam essa norma de extrema importância.
“O consenso em torno desse tema foi algo inédito. Trabalhadores, movimentos ambientalistas, indústria, Congresso Nacional e Poder Executivo se reuniram em um debate de alto nível para fazer essa lei avançar. Essa construção com todos os segmentos vai colocar o Brasil no primeiro nível no que diz respeito à segurança química no mundo”, arremata o gestor.
Mitigação
Uma iniciativa feita pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts(MIT) desenvolveu um novo material de filtragem baseado em seda natural e celulose, capaz de remover contaminantes da água, incluindo os chamados “produtos químicos eternos” (PFAS – substâncias perfluoroalquiladas e polifluoroalquiladas) e metais pesados.
Ainda em testes, os pesquisadores Benedetto Marelli, professor de engenharia civil e ambiental do MIT, e Yilin Zhang, pós-doutorando e principal autor do estudo publicado no periódico ACS Nano, explicam que o material utiliza proteínas de seda e celulose, dois componentes naturais e sustentáveis, para o processo de filtragem.
“Em testes de laboratório, a filtragem mostrou-se significativamente mais eficaz do que as de carvão ativado, comumente usadas, conseguindo remover maiores de contaminantes da água, como íons metálicos e produtos químicos persistentes, superando os materiais tradicionais em várias métricas”, informa o site Click Petróleo e Gás.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: reprodução
