Artigo Princípios ESG

78% das empresas brasileiras pretendem aumentar investimentos em ESG, apontam levantamentos

78% das empresas brasileiras pretendem aumentar investimentos em ESG, apontam levantamentos - Fitec Tec News

As empresas estão colocando também na planilha os números e investimentos em ESG. É o que aponta duas pesquisas recentes de mercado, que apresentamos aqui.

A primeira delas é da Grant Thornton, consultoria e auditoria global, realizada com 4 mil empresários de 31 países. De acordo com a pesquisa trimestral International Business Report (IBR) conduzida pela consultoria, 78% dos líderes nacionais pretendem ampliar a aplicação de recursos focados em ESG. O dado representa um aumento de 7 p.p. em relação ao último período, acima também das médias global, 58% e da América Latina, 63%.

Glória Lucena, sócia de ESG da Grant Thornton Brasil, explica que o número reflete o movimento das organizações para atender às novas regulamentações, que aprimoram a divulgação de assuntos relacionados à sustentabilidade, com base no padrão internacional emitido pelo International Sustainability Standards Board (ISSB).

Exemplo disso é a publicação recente das Resoluções CVM n° 217, 218 e 219, que formalizam a adoção obrigatória dos Pronunciamentos Técnicos CBPS n° 01 e n° 02, a partir dos padrões internacionais IFRS S1 e S2 do ISSB, que reforçam alinhamento com práticas globais.

“A resolução visa padronizar a forma como as empresas divulgam informações sobre os riscos e as oportunidades relacionados ao tema. Já a CVM nº 218 estabelece como as informações sobre os riscos e oportunidades relacionados às mudanças climáticas, relevantes aos principais usuários de relatórios financeiros, devem ser divulgadas. Por fim, a CVM nº 219, define os novos prazos para a entrega das informações financeiras relacionadas à sustentabilidade, alterando a CVM nº 193″, esclarece.

 

Dificuldades para implementar o ESG

 

Se por um lado, as organizações estão cientes dessa importância, na outra ponta, demonstram ter dificuldades à implementação de práticas ESG. Entre os obstáculos, a carência de capacitação dos colaboradores e o engajamento interno.É o que aponta outra pesquisa, essa feita por alunos do curso de MBA em ESG e Impact da Trevisan Escola de Negócios, realizada com gestores de empresas privadas (85%), do Terceiro Setor (9%) e de órgãos governamentais (6%).

Embora 56% dos respondentes já atuem em posições ligadas a ESG, 62% informaram que as empresas onde trabalham ainda não oferecem treinamentos do tema. Em comparação com a primeira pesquisa feita pelos estudantes (2022), 46% disseram não haver capacitação e, em 2023, 71,4%, o que sugere um ritmo mais lento dessa implementação.

“É preciso que as lideranças, da média à alta, comecem a falar sobre isso, e a entender como as práticas ESG agregam valor ao negócio, além de pensar na sustentabilidade no seu sentido mais amplo, que é o de perenidade, ou seja, como minhas ações vão impactar no futuro”, conclui Adriana Vieira,coordenadora do MBA em ESG e Impact da Trevisan.

 

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

 

Foto: reprodução

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