Sustentabilidade

Do desapego ao brechó: moda circular ganha força e estimula consumo consciente

Do desapego ao brechó moda circular ganha força e estimula consumo consciente - Fitec Tec News

A chamada moda circular, em que a produção de peças e o consumo delas cause o menor impacto possível ao meio ambiente, já faz parte do poder de compra dos consumidores.Em números, o Brasil ocupa a posição de 9º maior mercado de roupas e acessórios do mundo, segundo o Euromonitor Internacional. Já outra pesquisa, do Google, indica que 33% das pessoas no mundo desejam se vestir de forma mais confortável, porém com itens mais duráveis. Neste conceito, os brechós estão se destacando no Brasil.

“As pessoas se guiarão menos por tendências passageiras e mais pela expressão de sua personalidade”, comenta Wagner Heckert, Global Head of Marketing da Audaces, multinacional ítalo-brasileira referência em soluções para a indústria da moda. Um exemplo é o slowluxury, que reflete uma mudança no consumo, alinhando valores de sustentabilidade, ética e autenticidade. “Nos próximos anos, o conceito de superprodução dará espaço a guarda-roupas cápsulas, materiais duráveis e de baixo impacto ambiental”, prevê o especialista.

 

Inteligência Artificial no Processo Têxtil

 

A Audaces desenvolveu a Inteligência Artificial generativa, denominada Audaces Sofia, destinada aos profissionais do setor têxtil. Com ela, o usuário descreve o produto que deseja criar, e o software gera modelos de roupas com ilustrações realistas, trazendo precisão ao resultado final de peças como blusas, vestidos, calças, bolsas e calçados.

A ferramenta ainda permite a criação de estampas inéditas e a geração de imagens foto-realistas baseadas em criações prévias e desenhos técnicos, com alta precisão. “A pressão do consumo rápido sobrecarrega as equipes de criação, que trabalham sob alto estresse. Nesse contexto, o conceito de Indústria 5.0 — que valoriza o bem-estar no trabalho e integra automação em diversos níveis — emerge como a solução para oferecer design, qualidade e preço justo ao consumidor final”, afirma Claudio Grando, chairman da Audaces.

 

Brechós em destaque

 

Uma boa prática é a troca, venda e compra de peças nos brechós. Com 12 lojas espalhadas no país, a Dig for Fashion nasceu em uma garagem da brecholeira Marisa Rezende, em Maringá, PR, que juntamente com uma amiga começaram a vender seus desapegos. Quem passa pelas collabs, como são chamadas as lojas da rede, conferem as araras organizadas por cor, estampa e tamanho, cujo o acervo médio é de 14 mil itens.

Os itens passam por avaliação e podem ser revertidos no pagamento via PIX ou convertidos em voucher com um bônus para consumo dentro do estabelecimento.“Tudo é setorizado por tamanho e nós não distinguimos as roupas por gênero, por isso temos as araras de corte reto”, destaca a gerente Ana Paula Dornelles, da unidade de Campo Grande, MS, ao site Campo Grande News.

Já em Ceilândia, DF, ocorre desde 2021 o Remoda, idealizado pela empreendedora e estudante de design de moda Rafaela Fernandes. Trata-se de uma proposta que combina o consumo da moda com apoio aos pequenos empreendedores. “Fazer parte dessa revolução da moda, especialmente neste momento em que economizar e cuidar do planeta é cada vez mais importante. A moda sustentável é o futuro e nós já estamos nele”, diz, ao g1.

 

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

 

Foto: reprodução

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