Quando nos deparamos com o termo “Estações de Tratamento de Efluentes” (ETEs), já pensamos em grandes empreendimentos. Contudo, esse sistema pode se adaptar nos mais diversos tipos de construção, em um local distante de redes de coleta de esgoto, ou mesmo na administração de efluentes domésticos são gerados pelos próprios colaboradores na obra ou no edifício já pronto, pelo consumo dos moradores.
“As ETEs compactas para canteiros de obras podem ser transferidas, ao final de uma construção, para uso em uma nova obra. Permitem tratar a água, atendendo as exigências dos órgãos ambientais ou mesmo para fins não potáveis, no próprio canteiro de obras”, explica Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua, especializada em projetos e instalação de sistemas compactos para o tratamento e reuso de águas e esgotos domésticos (próximos aos seus pontos de geração).
Ela endossa que esse tratamento evita a degradação dos solos e poluição das águas superficiais ou subterrâneas.“A água de reuso em canteiros pode ser usada na limpeza de áreas de trabalho, descargas de vasos sanitários, lavagem de rodas de caminhões e controle de poeira. Isso vai de encontro ao necessário equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambiental”, salienta.
Economia em canteiros
O Brasil conta com a Lei 14.546/23, que estimula as novas edificações e atividades paisagísticas, agrícolas, florestais e industriais ao reaproveitamento da chamada água “cinza”, usada em chuveiros, pias, tanques e máquinas de lavar.
Uma boa-prática vem Curitiba, PR, que desde 2007 já conta com um regramento próprio sobre o assunto. No edifício New Town tem uma rede de tratamento de toda a água cinza, que vem de chuveiros e torneiras.
“Essa água é tratada dentro do próprio prédio e volta para as descargas dos banheiros. Em 2022, durante os períodos de rodízio no abastecimento de água por conta da crise hídrica, nunca faltou água para as descargas no apartamento. Isso prova que o sistema é eficiente e que a economia é certa”, comenta, à Gazeta do Povo, Julianna Lang, moradora do edifício.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: divulgação
