A pauta da transição energética está despontando nas mesas das esferas políticas e empresariais no mundo, e o Brasil é visto como uma grande potência no assunto, principalmente em termos de pesquisas.
Para se ter ideia, país atingiu a menor taxa de emissão de gás carbônico por megawatt/hora de energia elétrica gerada em 11 anos, atribuído a entrada de fontes renováveis, como hidrelétricas, usinas eólicas e solares, no Sistema Interligado Nacional (SIN). Com 88% da matriz elétrica limpa e políticas públicas implementadas, sobretudo no último ano, já figura um dos grandes líderes mundiais nesse processo, informa o Ministério de Minas e Energia.
“O Brasil conhece as políticas públicas que nós implementamos, os R$ 60 bilhões em linhas de transmissão que nós leiloamos e contratamos no ano passado, e vamos terminar os leilões agora em março. Nós temos números que nos levam a crer que nós produziremos, a partir deste ano, mais de 10 gigawatt (GW) por ano de energia eólica, solar, de biomassa”, endossa o ministro da pasta, Alexandre Silveira.
Fomento de pesquisas na universidade
A importância de investir em pesquisas e inovação é também um dos grandes passos para a expansão da transição energética. Em agosto, o Centro de Estudos de Energia e Petróleo (CEPETRO), na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), inaugurou um novo hub de pesquisa, o Energy TransitionResearch Center (ETRC), resultado de uma parceria com a empresa TotalEnergies, que investirá R$ 36 milhões em projetos de P&D e infraestrutura.
Segundo informações, o ETR já está com 11 projetos de pesquisa já em andamento, investigando questões que envolvem o desenvolvimento de tecnologias e infraestrutura para descarbonização da produção e exploração de petróleo e gás, estudos sobre energia solar, captura e sequestro de carbono, biogás e o armazenamento de energia em baterias.
“Estratégias para captura de carbono em plantas industriais são muito estudadas globalmente, dada a urgência em diminuir a quantidade de CO₂ liberado na atmosfera. A inovação do nosso trabalho está na abordagem em conectar o mundo científico ao da engenharia. Vamos integrar diferentes escalas, desde a atômica, identificando como um material poderia ser mais eficiente, até a do processo, estudando como tornar essa captura mais viável financeiramente”, comenta Luís Fernando Mercier Franco, professor da Faculdade de Engenharia Química da Unicamp e pesquisador associado do CEPETRO.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Unicamp
