Estamos na Década do Oceano da Organização das Nações Unidas (ONU – 2021-2030), que tem em seu escopo fomentar ações efetivas a diversas áreas do conhecimento, como economia, ciência, educação, comunicação, inovação e inclusão social visando, sobretudo, a preservação marinha no Brasil.
Em setembro, representantes de cerca de 30 fundações filantrópicas globais se reuniram no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, para o 4º Diálogo das Fundações, evento organizado pela UNESCO, em parceria com a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, sendo realizado pela primeira vez na América Latina.
Preservação marinha
“Essa é uma oportunidade de trabalhar em conjunto, de criar mais benefícios para as pessoas e a biodiversidade e de gerar mudanças para um oceano saudável. Devemos pensar no nosso futuro e em como nos posicionar para alcançar ações concretas”, afirma Julian Barbière, coordenador global da Década do Oceano da ONU e chefe da seção de política marinha da UNESCO.
“Menos de 0,2% do PIB é direcionado para a conservação da natureza. A natureza e o oceano precisam mais. Precisamos mobilizar outros setores para se unirem a nós”, acrescenta Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário.
Política de Cultura Oceânica
Outra iniciativa em consonância com o tema está na cidade de São Vicente, SP, que sancionou sua própria Política de Cultura Oceânica. A nova legislação é fruto de debates entre vários atores no âmbito do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente e da Secretaria de Educação, e teve entre os envolvidos dez docentes do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus do Litoral Paulista.
Além da norma, o município também conta com o projeto Escola Azul, parte do programa Maré de Ciência, uma iniciativa de outra universidade, a Federal de São Paulo (Unifesp), na formação de jovens cidadãos conscientes sobre a sustentabilidade marinha.
“Os alunos desenvolvem habilidades e conhecimentos que os capacitam a atuar como agentes de mudança em suas comunidades, incentivando o consumo responsável e as práticas sustentáveis para a preservação dos oceanos. Por meio da ação, também estabelecem parcerias com organizações ambientais e científicas, participando de redes para compartilhar experiências e incentivar práticas sustentáveis”, explica a bióloga Alessandra Augusto, integrante do Instituto de Estudos avançados do Mar da Unesp, uma das participantes do Projeto de Lei.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Fabrice Dudenhofer/Ocean Image Bank
