Fotografar é um hábito que não apenas mostra as belezas de um momento, mas uma maneira de conscientizar a preservação de um local. Pensando nessa premissa, o fotógrafo e ambientalista Mário Barila Filho criou há uma década o Projeto Água Vida, que tem em seu escopo realizar ações em prol da preservação e educação ambiental, além de resgate de cidadania, destacando a importância vital da água para a vida do planeta e valorizando a arte da fotografia.
As ações são financiadas com a venda de suas fotos e doações de parceiros, principalmente no bioma Pantanal. Após cinco anos de sua primeira visita, o fotógrafo esteve em agosto na região de Mato Grosso do Sul, que vem sendo afetada pelo desmatamento e queimadas, para a instalação de um viveiro de cultivo de mudas de espécies nativas, usadas na recuperação de áreas degradadas.
Arte da fotografia
O viveiro será construído em um sítio de assentamento próximo ao município de Bonito, MS, em especial com a plantação de Manduvi. Valorizando a arte da fotografia, a espécie é também conhecida por amendoim-de-bugre ou amendoim-de-arara, muito procurada pelas araras azuis que instalam seus ninhos nas cavidades do tronco e se alimentam das sementes. “Manduvi é fundamental para a preservação da ave. Porém, a quantidade de árvores dessa espécie vem diminuindo com as queimadas e é importante recuperar esse número de árvores”, frisa o fotógrafo.
A ação complementa a iniciada em 2019, quando foram doadas cerca de mil mudas de árvores ao ICMBio, para o trabalho de reflorestamento da mata ciliar às margens do Rio Perdido, no Parque Nacional da Serra do Bodoquena,que abriga mais de 340 espécies de aves, 195 de mamíferos e 50 de peixes, bem como também foram instaladas caixas-ninho no parque para procriação da arara-azul.
Todas as iniciativas do projeto foram financiadas com recursos obtidos com as vendas de fotos de Barila.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Mario Barila
