A agricultura é um dos segmentos mais presentes no Brasil e para a sua produção, se faz necessária a utilização de defensivos para o controle de pragas. Destinar corretamente embalagens de defensivos agrícolas é primordial para mitigar impactos ambientais.
Para se ter uma ideia, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg) revelou que a área tratada com defensivos agrícolas no Brasil teve um aumento significativo de 3,7% em comparação com a safra anterior. Imagine, portanto, a quantidade de embalagens em que são acondicionadas essas substâncias?
Por lei (Decreto Federal 4.074/2002 e à Lei Federal nº 14.785/2023), é preciso dar destino correto desses produtos, já que contam com substâncias nocivas à saúde. As embalagens são coletadas pelo do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), entidade responsável pela destinação ambientalmente correta das embalagens de defensivos, e levadas para a reciclagem.
Como proceder para destinar as embalagens
Primeiramente, os agricultores precisam agendar a entrega das embalagens pelo site do inpEV ou realiza-la nos locais destinados para tal recebimento, lembrando que caso haja sobras de produto, estas devem permanecer dentro das mesmas e tampadas.
Os resíduos são separados (embalagens e sobras) para segregação de materiais e encaminhadas para incineração.“Esse processo faz parte da logística reversa de defensivos agrícolas, segmento em que o Brasil é case de sucesso mundial. Vale observar que a incineração é um procedimento certificado e ambientalmente adequado e se essas sobras não tiverem a destinação correta, podem causar danos ao meio ambiente e à saúde humana”, ressalta Antonio Carlos do Amaral, gerente de Operações do inpEV, ao site O Presente Rural.
Referência no setor
Idealizada pelo inpEV e fundada há 16 anos, a Campo Limpo Plásticos tornou-se referência no setor por contar com um sistema robusto de desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à reciclagem e produz embalagens plásticas para envase de defensivos agrícolas a partir da resina reciclada pós-consumo agrícola. “Todo o nosso processo é proprietário, conta com certificação UN das Nações Unidas (ONU) para transporte terrestre e marítimo de produtos perigosos e recebeu uma patente verde pelo INPI. Somos pioneiros não somente no Brasil, mas em todo o mundo”, afirma Marcelo Okamura, presidente da empresa.
O gestor acrescenta que a economia circular do segmento de defensivos tem início e se encerra dentro da própria indústria, um exemplo dentro do conceito “do berço ao berço”. “O começo do processo acontece quando o agricultor devolve as embalagens vazias pós-consumo ao Sistema Campo Limpo. Após isso, são recicladas sob os mais altos padrões de controle e tecnologia e podem voltar ao mercado como embalagens novas, para novamente serem abastecidas”, comenta.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: divulgação
