Você já ouviu falar em biochar? Trata-se de um carvão vegetal obtido através da queima de biomassa feita em um processo chamado pirólise, é caracterizado pela presença controlada ou ausência total de oxigênio. Esse produto é considerado importante ao meio ambiente, já que extrai o carbono da atmosfera, haja vista que seu principal componente é o próprio CO₂.
O biochar é bem utilizado na aplicação em plantações, pois no solo contribui para melhor absorção da água e retenção de nutrientes. A comprovação desse uso está sendo estudada desde 2023 pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), que por meio de uma parceria público-privada com a JDE Peet’s Brasil, companhia global detentora de marcas como L’OR e Pilão, pretende promover esse uso na cafeicultura brasileira.
Uso do Biochar na lavoura
Com previsão de dois anos, o projeto se encontra na NKG Fazendas Brasileiras, em Santo Antônio do Amparo, MG, e tem como foco avaliar o efeito do biochar na produtividade da lavoura, definindo as melhores dosagens para aplicações e seus impactos na qualidade sensorial da bebida do café.“O biochar recicla nutrientes, sequestra carbono no solo e melhora suas propriedades, aumentando a produtividade da lavoura”, ressalta Leônidas Carrijo Azevedo Melo, coordenador do projeto, engenheiro agrônomo e professor de fertilidade do solo na UFLA.
Para Bruno Ribeiro, coordenador de compras responsáveis na JDE Peet’s, o uso do biochar está no escopo de práticas da agricultura regenerativa realizados pela companhia.“Isso se junta a diversas outras iniciativas que implementadas pela JDE Peet’se faz parte do nosso programa de sustentabilidade Common Grounds, que visa contribuir para uma agricultura mais sustentável e um futuro positivo para o planeta”, afirma.
Mercado
Vale ressaltar que a biomassa pode ter origem a partir de diversos insumos presentes na natureza e na produção agrícola, como cascas de árvores, resíduos vindos do café e até o bagaço de cana. E o mercado de produção de biomassa está em crescimento no país.
Segundo dados do Atlas Brasileiro Biomassa Florestal e da Madeira, da Associação Brasileira das Indústrias Biomassa e Energia Renovável (ABIB Brasil 2024), o potencial de disponibilidade de biomassa residual da colheita e extração de pinus e eucalipto no Brasil é de 28.406.088 m³ / ano, sendo a de madeira proveniente do processo industrial da madeira é de 35.433.000 m³/ ano.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: divulgação
