Escutadô. Este é o nome do sistema que usa a Inteligência Artificial (IA) para avaliar as condições de degradação ambiental no semiárido brasileiro, com base em informações acústicas da paisagem. A ideia é desenvolvida em parceria com a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), a Associação de Meliponicultores e Meliponicultoras Potiguar (Amep) e com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Brazilian Institute of Data Science (Bi0s).
Apoiado pela Fundação para Inovações Tecnológicas(FITec), um Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) privado sem fins lucrativos, com unidades em Campinas, SP, São José dos Campos, SP, Belo Horizonte, MG, Recife, PE, e Manaus, AM, o Escutadô conta com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
“Por meio do sistema, verificaremos a vocalização da diversidade dos animais, por exemplo, e se está em conformidade com o esperado naquela localidade. As análises serão feitas tanto no período da seca quanto da chuva e serão repassadas ao Observatório Ambiental do Semiárido (OAS), em Mossoró, RN”, explica Giovanni Holanda, coordenador científico do projeto pela FITec.
Funcionamento do Escutadô
O projeto Escutadô tem como ferramenta principal um gravador que permite o monitoramento acústico contínuo, acompanhando três fontes de sinais: a geofonia (sons como ventos e chuvas), biofonia (sons da fauna) e os efeitos da antropofonia (interferência do ser humano no ambiente).
Já as informações climáticas (umidade, temperatura e índices pluviométricos) serão coletadas por uma estação meteorológica, frisa o coordenador: “O monitoramento, coleta e geração de informações permitirão a criação de uma base de dados do meio ambiente. A partir deles será criado algoritmos de IA, permitindo avaliar as mudanças ambientais na região em tempo real, possibilitar a identificação de possíveis degradações e facilitar a tomada de decisão”, conclui Holanda.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Lucas Forti
