Mudanças Climáticas

Especialistas apontam que a natureza também precisa de sistemas de segurança

Especialistas apontam que a natureza também precisa de sistemas de segurança - Fitec Tec News

Do mesmo modo que usamos sistemas de segurança para salvaguardar o nosso patrimônio, o meio ambiente também necessita de tais recursos, haja vista a crise climática enfrentada atualmente e os problemas que espraiam futuramente.

E as estimativas não são animadoras: de acordo com dados do Copernicus, o serviço de monitoramento climático da União Europeia, o calor nos oceanos apenas em abril deste ano bateu recorde pelo 13º mês consecutivo. As temperaturas da superfície do oceano atingiram 21,04 °C, o mais alto registrado em qualquer abril, informa a CNN.

 

Sistemas de segurança

 

Para Alexandre Mansur, diretor de projetos do Instituto O Mundo Que Queremos, em artigo ao Um Só Planeta, é preciso promover soluções efetivas para deter o aquecimento global, o que inclua celeridade em transição para um modelo de baixo carbono, zerar o desmatamento e começar a recuperar as florestas para capturar carbono da atmosfera.“É hora de pensar na defesa contra os extremos climáticos e a segurança climática nos desafia a pensar diferente. Assume um sentido diferente daquele ao qual estamos acostumados. Não vai adiantar nos fechar em condomínios de muros altos, andar em carros blindados ou estocar comida. Não tem guardas armados contra enchentes”, alerta.

“Não existem sistemas de segurança privada no clima. A única garantia é coletiva. Ela inclui todas as pessoas, que devem estar engajadas na manutenção e recuperação dos ambientes naturais, em mudanças de hábitos e no planejamento inteligente para ambientes urbanos e rurais”, continua Mansur.

 

Ações

 

Em audiência na Câmara dos Deputados, o Ministério Público Federal (MPF), especialistas e representantes de organizações não governamentais e da sociedade civil discutiram, em especial, sobre os recursos hídricos e os seus impactos nas camadas mais vulneráveis da população.

“Falar em prevenção, mais do que evitar risco, também é promover o contínuo monitoramento, com inspeções, alertas e auditorias independentes. Todo esse movimento é regido hoje pelo novo princípio da precaução, mais amplo e que dispensa estudos científicos”, frisa a procuradora regional da República Sandra Kishi, representante da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do MPF (4CCR), participante do evento, ocorrido em junho.

Espaços de articulação interinstitucional para executar políticas públicas integradas ambientais, climáticas, hídricas e de uso e ocupação do solo, diante desse desafio de enfrentamento são essenciais, destaca Kishi. “Precisamos aplicar a justiça socioambiental para a segurança hídrico ambiental. Isso se faz com escuta ativa para que sejam estruturados pactos sociais voltados a um planejamento estratégico de resiliências coletivas”, conclui a magistrada.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: Keli Vasconcelos

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