A adoção de fontes de energias renováveis tem contribuído não apenas para o meio ambiente, mas também para sanar algumas demandas, como as quedas de energia, e o armazenamento energético por porte dessas frentes é de extrema importância.
“A aplicação de tecnologias digitais, no formato de Eletricidade 4.0, tem o potencial de apoiar o crescimento em sustentabilidade, assegurando, ao mesmo tempo, a resiliência das empresas. Da mesma maneira que a Indústria 4.0 assiste à sua digitalização, a Eletricidade 4.0 é a evolução e modernização da geração e distribuição de eletricidade”, destaca NatalyaMakarochkina, vice-presidente sênior da divisão de Secure Power e Operações Internacionais da Schneider Electric.
Armazenamento em escala
Ela acrescenta que ao implementar soluções de armazenamento de energia em escala de rede, torna-se possível apoiar o desenvolvimento resiliente capaz de acomodar 70% ou mais de energia renovável, conforme demonstrado por uma pesquisa do MIT (Massachusetts Instituteof Technology).
“O armazenamento de energia de longa duração (LDES) apresenta desafios técnicos significativos em que suas necessidades podem variar de horas a meses. Nesse cenário, a hidroeletricidade por bombeamento é a tecnologia mais utilizada, enquanto as baterias lideram devido à sua escalabilidade e disponibilidade. Tecnologias emergentes, como as baterias de fluxo e o armazenamento de hidrogênio, prometem resolver desafios de armazenamento sazonal e integrar melhor as energias renováveis intermitentes”, arremata.
Energia solar
Em números, Agência Internacional de Energia (AIE) aponta que a utilização de Sistema de Armazenamento de Energia (SAE) no mercado global em 2023 aumentou 130%, ou de 42 GW de potência e mais de 90 GWh de capacidade instalada em um único ano. Segundo projeção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em 2028, o Brasil terá uma demanda de 110,98 GW de energia, contra uma oferta que pode chegar a 281,56GW ao final de 2027.
Para José Antônio Rodrigues Neto, diretor executivo da Micropower Energy, e coordenador da associação brasileira de soluções de armazenamento de energia (ABSAE), em artigo ao Canal Solar, o SAE pode tornar o serviço energético mais efetivo, podendo aliviar o carregamento de transformadores, evitando sobrecargas, postergando investimentos na complementação da Reserva de Potência Operativa (RPO).
“Se olharmos para a micro e minigeração distribuída, um exemplo típico da aplicação de SAE é o amortecimento de rampas de carga do Sistema Interligado Nacional, devido à variação da geração devido à entra e saída de usinas solares fotovoltaicas para atendimento da carga, ao longo de um dia típico. Para viabilizar a utilização sistêmica e regulada de SAE em larga escala, é necessária uma definição clara do poder concedente quanto à contratação e remuneração de todos os serviços. Se caracterizado como necessidade estrutural, o SAE deve ser avaliado de forma integrada no Planejamento da Expansão”, conclui.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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